“E enviei vespões adiante de vós, que os expulsaram de diante de vós, como a ambos os reis dos amorreus; não com a tua espada nem com o teu arco.” Josué 24:12.
A vespa gigante asiática (Vespa mandarinia), um tipo de zangão com cinco centímetros de comprimento, chegou recentemente aos Estados Unidos. Alguns vídeos e fotos divulgados nas redes sociais têm mostrado a violência com a qual esse inseto atinge colmeias de abelhas comuns, que são decapitadas em instantes.
Em entrevista ao jornal The New York Times, a entomologista May Berenbaum, da Illionois University, cunhou o termo “beepocalypse” (ou “abelhocalipse” em português) para definir a chegada das “vespas assassinas” à América do Norte. “Elas são inimigas juradas das abelhas. Eu diria o pior pesadelo de uma abelha. Provavelmente, o pior pesadelo de muitas pessoas também”.
Não se sabe ainda como esses predadores chegaram aos Estados Unidos, mas foi provavelmente em algumas carga vinda do exterior e, uma vez liberadas na natureza, as populações rapidamente se multiplicaram.
Face a ameaça às abelhas comuns, agências governamentais e associações de apicultores das regiões ameaçadas têm realizado ações que tentam localizar e erradicar os ninhos da espécie invasora antes que ela se estabeleça e consiga dizimar a população de abelhas, já tão ameaçadas em função de doenças, pesticidas e perda do habitat.
Até o momento, os pesquisadores não sabem como as vespas chegaram. Looney diz que a hipótese mais provável é que elas tenham ficado presas acidentalmente em contêineres vindos de países de onde são nativas.
Uma colmeia inteira do inseto foi encontrada e destruída no final de 2019 nas proximidades de Nanaimo, no Canadá. Mas testes genéticos sugerem que essas vespas gigantes tenham sido introduzidas em momentos diferentes.
As vespas-mandarinas do Japão e do Leste da Ásia já se estabeleceram como espécies invasoras em outros países, como na Coreia do Sul. Essas vespas sociais formam colônias compostas por uma rainha e diversas operárias, que podem voar cerca de nove quilômetros ou mais a partir da colmeia em busca de alimento. Elas se alimentam de diversos tipos de insetos, mas parecem preferir as abelhas.
Ao encontrar as presas, o ataque começa com uma “etapa de abate”, na qual elas utilizam suas grandes mandíbulas para arrancar a cabeça das abelhas, explica Looney. Em 90 minutos, um pequeno grupo de vespas-mandarinas pode destruir uma colônia inteira de operárias dessa maneira, diz ele.
Então, as vespas começam a se alimentar. Elas ocupam o ninho das abelhas por até uma semana ou mais, alimentando-se de pupas e larvas. Em seguida, alimentam seus próprios filhotes com os insetos.
Os cientistas temem que essas vespas se espalhem por todo o estado de Washington e para outros lugares, representando um perigo para as abelhas dos Estados Unidos – que já estão em declínio – e para os humanos.
Não se sabe como os insetos foram parar nos Estados Unidos. Mas sua chegada serviu como alerta e os insetos começaram a ser divulgados nas redes sociais como “vespas assassinas”. Essas predadoras, nativas do Leste da Ásia e do Japão, são conhecidas por dizimar colônias de abelhas.
Sabe-se que o veneno tóxico liberado por seus ferrões pode matar pessoas em seus habitats naturais: no Japão, uma média de 30 a 50 pessoas por ano morrem após serem picadas por vespas. Em 2013, quando as populações de vespas eram extraordinariamente altas, 42 pessoas morreram em uma única província chinesa após serem picadas. Os incidentes mais graves acontecem quando as pessoas se aproximam ou mexem nas colmeias dos insetos.
Vespas assassinas em Washington
O local em que as vespas foram avistadas foi em Washington, onde foi informado pelo jornal The New York Times. Essas vespas matam mais de 50 pessoas no Japão todo ano, sendo muito perigosas para humanos alérgicos ao seu veneno.
A vespa assassina tem origem asiática, onde foi batizada com nome nome nada agradável como “vespas do inferno”, mas seu nome correto é vespa mandarina. Elas têm o tamanho de um polegar, uma cabeça alaranjada e listrada, e tem um ferrão extremamente pontudo.

Das florestas da Ásia para a América
O lar da vespa mandarina é a Ásia, em áreas montanhosas e cobertas de florestas, no entanto, de alguma maneira desconhecida, elas chegaram na América do Norte.
Entomologistas, cientistas que estudam insetos, estão estudando alguma maneira de controlar a população de vespas invasoras, que pode ser letal para o equilíbrio do ecossistema e para os seres humanos do local.
Foram registrados dois avistamentos até agora segundo o Departamento de Agricultura do Estado de Washington (WSDA), e eles acreditam que as vespas foram levadas ilegalmente para os EUA e libertadas.
Essas mesmas vespas causaram muito estrago em 2013, quando fizeram diversos ataques na China, ferindo centenas de pessoas, deixando 28 mortos.
A vespa assassina é um predador organizado e letal
Uma das principais vítimas da vespa mandarina são as abelhas europeias, que tem as cabeças brutalmente devoradas pelos seus algozes.
As vespas fazem o que cientistas veem como algo inédito para a espécie: Coordenam precisamente seus ataques contra as colônias de abelhas europeias.
Os ataque são coordenados em três fases, primeiro acontece a caça de uma colmeia, que é marcada quimicamente, depois as vespas partem para o ataque e rasgam as abelhas ao meio ou arrancam suas cabeças, cujos pedaços são levados para alimentação de larvas de filhotes de vespas na colmeia.
Dessa mesma forma, as vespas assassinas matam milhares de abelhas, mesmo estando em uma tremenda desvantagem numérica. Depois que a colmeia é derrotada, as vespas invadem o local e fazem dele sua casa.
Vespa assassina da Ásia mata rato em apenas alguns segundos
Em um vídeo que recentemente viralizou no YouTube, a vespa assassina aparece atacando um rato e o matando em poucos segundos. As imagens aterrorizantes mostram a vespa grudada a uma pequeno rato que tenta a todo custo se libertar, mas a cada oportunidade, a vespa inocula mais veneno nas costas do animal e o paralisa.
Catástrofe ecológica à vista
A aparição das vespas mandarinas nos EUA pode ser preocupante para a espécie humana, mas não do jeito que a maioria das pessoas está pensando. Esses insetos, naturais do Japão, raramente atacam seres humanos e poucos desses ataques podem levar à morte. A grande preocupação é com o desequilíbrio ecológico que elas podem causar.
30 a 50 pessoas morrem por ano por ataques de vespa mandarina -– um número baixo. O problema real está no impacto ecológico que esse inseto pode ter na vida das abelhas
As autoridades ambientais de Washington se preocuparam com o surgimento das vespas mandarinas porque elas são predadoras, em especial, de abelhas. Elas preocupam apicultores e agricultores no geral porque uma redução ainda maior no número de abelhas no mundo pode prejudicar a polinização de espécies inteiras de vegetais, provocando um grande desequilíbrio ecológico.
“As vespas mandarinas destroem as colmeias de abelha. Algumas vespas conseguem destruir uma colmeia inteira em questão de horas. Elas entram num modo “decapitador”, matando as abelhas através do corte de suas cabeças. Então, elas tomam a colmeia para elas, utilizando os favos para alimentar as vespas mais jovens. Elas também atacam outros insetos, mas não são conhecidas por destruir suas colônias”, afirmou o Departamento de Agricultura do Estado de Washington em comunicado oficial.
O desaparecimento das abelhas pode representar uma catástrofe e até a extinção da humanidade. Segundo um estudo da Revista Electrónica de Veterinaria, entre 2006 e 2008, quando houve um misterioso desaparecimento de abelhas nos EUA, o prejuízo foi estimado em 14 bilhões de dólares. Somente a erradicação rápida dessas vespas pode conter, inclusive, a sua chegada em outras regiões do continente americano.
Abelhas declaradas os seres vivos mais importantes do mundo
A ciência já descobriu que as abelhas podem estar viciadas em agrotóxicos. Os pesticidas causam a morte das produtoras de mel e seu desaparecimento pode acabar com a humanidade. Graças a isso, não foi uma grande surpresa quando, há 10 anos, o Royal Geographical Society de Londres declarou as abelhas como seres vivos insubstituíveis.
O anúncio fez parte de uma competição denominada Earthwatch, cuja final foi entre as abelhas e os plânctons. Durante a apresentação, cientistas apresentavam argumentos para defender cada uma das espécies e as pessoas presentes deveriam votar em qual ser elas consideravam mais importante.
As abelhas foram defendidas pelo Dr. George McGavin. Ele explicou ao público que 250 mil espécies de flores dependem das abelhas para se reproduzir. Além disso, muitas frutas e vegetais também ganham uma ajudinha delas, que tem impacto em cerca de 90% da produção de alimentos no mundo.
Sua importância é tanta que a cidade de Curitiba já espalhou abelhas sem ferrão em seus parques, como uma forma de disseminar árvores nativas. Na Suécia, foi erguido até mesmo um monumento para celebrar nossas amigas voadoras.
As abelhas-europeias (Apis mellifera), as polinizadoras comerciais mais conhecidas, não possuem defesa conhecida contra as vespas-mandarinas. Embora já se tenha observado abelhas picando possíveis invasoras, parece que a estratégia não surte efeito sobre essas vespas.
Por outro lado, as abelhas-japonesas (Apis cerana japonica), que evoluíram em conjunto com as vespas-mandarinas, encontraram uma maneira de se proteger. Elas formam um enxame em volta das invasoras e batem suas asas até que a “massa de abelhas” atinja temperaturas acima de 46ºC, assim as abelhas cozinham as vespas até a morte e as sufocam com dióxido de carbono.
As vespas-mandarinas também podem ser fatais para espécies polinizadoras como as abelhas nativas, sendo que muitas delas já competem com outros animais exóticos, diz Looney.
Jun-ichi Takahashi, pesquisador e especialista em vespas da Universidade Kyoto Sangyo, no Japão, concorda que os danos que as vespas causam ao meio ambiente podem ser expressivos em qualquer lugar onde se propagam — e apoia as medidas de controle da população.
Entrevistado por e-mail, Takahashi disse que o rótulo de vespa assassina é apropriado porque a espécie é tão perigosa quanto as abelhas assassinas, apelido dado às abelhas-africanas. A espécie invasora de abelhas chegou ao Texas em 1990, colonizou partes do sul dos Estados Unidos e ocasionou a morte de diversas pessoas.
Takahashi acredita que “os norte-americanos não compreendam completamente a agressividade e a toxicidade dessa espécie de vespa.”
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